sábado, 8 de maio de 2010

mel cuidado faça os testes

Esse mel é falso

Açúcar e amido são usados nas adulterações. Confira dicas para comprar e armazenar o produto

Marcela Besson, iG São Paulo | 08/05/2010 09:16
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Foto: Getty Images Ampliar
Açúcar, xarope de glicose e amido são usados para adulterar produtos
Em 2007, o Laboratório de Controle de Qualidade de Produtos Apícolas, da Universidade de Taubaté (SP), realizou uma pesquisa em catorze municípios do Vale do Paraíba. Das noventa amostras recolhidas em feiras, estradas e até mesmo em mercados da região, 70% eram falsificadas. “Em 2009 esse índice se repetiu”, afirma Lidia Barreto, coordenadora do centro de pesquisa.
As falsificações dos méis vão das mais grosseiras às mais difíceis de serem identificadas. “Muitos vendem caramelo, feito com açúcar refinado e aromatizante, como se fosse mel”, afirma o técnico Benedito Galvão, da Unitau. Ele conta que também é comum encontrar exemplares feitos à base de xarope de glicose de milho e amido.
Outra adulteração – mais sofisticada e difícil e ser reconhecida até mesmo em testes de laboratórios –, é feita com açúcar invertido, ingrediente muito usado pela indústria de balas. “Só pela aparência é difícil perceber se o mel é falso”, explica Galvão. Ele dá as seguintes dicas para comprar e armazenar o produto:
- compre mel em pontos de venda oficiais; se for adquirir o produto em feiras livres, tente se certificar sobre sua origem e beneficiamento;
- é quase sempre duvidoso comprar méis vendidos em garrafas de vidro, sem selos de inspeção e certificação. O risco do vidro não ter sido esterilizado de forma adequada é alto, assim como as chances de haver reaproveitamento de frascos e tampas;

- além disso, se o gargalo da garrafa for estreito, será difícil retirar o mel se, por interferência de tempo e temperatura, ele se cristalizar. Por isso, prefira potes com boca mais larga;
- verifique se o rótulo possui o selo do SIF (Serviço de Inspeção Federal), concedido pelo Ministério da Agricultura; a embalagem deve conter ainda as exigências da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), como o nome da empresa responsável, CNPJ, data e local de fabricação, central de atendimento ao consumidor, data de validade e lacre;
- o aroma do produto pode ser outro indicativo: os aromatizantes usados nas falsificações costumam ter cheiro forte e artificial;
- atente para o prazo de validade: depois de embalado o mel dura, em média, dois anos e deve ser armazenado em local fresco, longe do calor;
- se o mel ficar cristalizado há duas possibilidades: consumi-lo desta forma, sem prejuízo de suas propriedades nutricionais e de sabor; ou aquecendo-o em banho-maria para que volte à sua textura viscosa. Mas a temperatura não pode ultrapassar 40ºC. Se isso acontecer, o mel libera uma toxina (HMF) prejudicial à saúde.
Teste caseiro
Coloque em um recipiente uma colher (sopa) do mel e a mesma quantia de água. Acrescente três gotas de iodo 2% (comprado em farmácias para curar machucados). Se o mel ficar escuro ou preto é sinal de adulteração.
De acordo com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, a fiscalização de mel nos entrepostos é realizada periodicamente por fiscais federais agropecuários. Eles definem cronograma de coletas de produtos para análise e, caso sejam identificadas irregularidades, o produto é apreendido e a empresa autuada.
 

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