Giz Explica: O que todos devem saber sobre câmeras
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06 fev, 2010 - 12:32
Conversar com um nerd em câmeras –
ou mesmo ler sobre novas câmeras – pode parecer como tentar entender um
idioma totalmente diferente. Mas não precisa ser assim! Aqui,
neste exato post, está tudo de que você precisa saber sobre câmeras, mas sem o ruído.
Quando você compra uma câmera, você é apedrejado com especificações
de um vendedor, muitas das quais são confusas, ou mesmo enganosas. Você
então sente vontade de se agachar e cobrir a sua cabeça para protegê-la.
Ele vai continuar metralhando você com dados e mais dados. E, pra
sermos sinceros, ele precisa fazer isso – tabelas de especificações e
jargões são parte integrante do marketing de câmeras, pelo menos por
ora. Eis o que tudo aquilo significa, em uma única relação prontinha pra
você.
Tipos de câmeras
Antes de você sair para comprar uma nova câmera, ou mesmo apenas para
conhecer a sua um pouco melhor, você precisa saber a diferença entre os
tipos distintos de câmeras. Eis os mais frequentes pelos quais você
cruzará:
Point-and-shoot:
também conhecidas por câmeras compactas. Se você não sabe qual tipo de
câmera você está procurando, ou qual o tipo que você possui,
provavelmente é uma destas. Elas são do menor estilo de câmera que
existe, geralmente – pelo menos nos últimos anos – tendendo para um
formato de caixote em sua maior parte sem grandes recursos. A lente não é
removível. A unidade de flash é embutida. Elas têm telas LCD na parte
traseira, não apenas para ver as fotos tiradas, mas para usar como visor
também. Quando você aperta o botão do obturador de uma point-and-shoot,
existe um ligeiro retardo antes da foto ser de fato registrada. Muitas
novas câmeras point-and-shoot gravam vídeo e algumas até conseguem
gravar em HD.
Câmeras bridge/superzoom:
estas câmeras geralmente se parecem com DSLRs, mas não se engane! Elas
são apenas point-and-shoots bombadas. Elas muitas vezes virão com lentes
mais alongadas e especificações ligeiramente mais impressionantes que a
sua point-and-shoot média, além de dar a você uma flexibilidade
fotográfica um pouco maior pra brincar. Infelizmente, elas sofrem do
mesmo retardo na hora de tirar fotos, ou “lag de obturador”, que as
point-and-shoots. O problema das câmeras ‘bridge’ (de transição),
especialmente agora, é que para você conseguir uma boa você precisa
gastar pelo menos algumas centenas de dólares, e com isso você já
consegue uma….
DSLR:
esta sigla desajeitada significa ‘Digital Single-Lens Reflex’, ou
Câmera Digital de Reflexo por Lente Única. Pra encurtar, isto significa
que a câmera possui um mecanismo de espelho que permite que os
fotógrafos vejam por meio das lentes da câmera enquanto ajusta a foto, e
que ela se abre, expondo o sensor da imagem (o equivalente ao filme em
uma câmera digital). Num sentido mais amplo, isto significa que a câmera
terá lentes intercambiáveis, um sensor maior que uma point-and-shoot e,
até certo ponto, mais controles de imagem. Quando você aperta o botão
do obturador em uma DSLR, ela tira a foto instantaneamente – nenhum lag,
como nas point-and-shoot. Muitas DSLRs novas de preço médio a alto
gravam vídeo em HD, algumas conseguem 720p, algumas conseguem até 1080p,
mas todas dão resultados bastante impressionantes, boa parte em função
das lentes das câmeras. Dito isso, elas não estão exatamente prontas
ainda para substituir câmeras filmadoras específicas porque, entre
outros fatores, nenhuma DSLR até hoje consegue acertar direito este
lance de foco automático durante gravação de vídeo.
Estas são as câmeras que os fotógrafos, ou pessoas que se chamam de
fotógrafos, mais usam. Elas também são as capazes de tirar as melhores
fotos.
Como via de regra, as DSLRs são mais caras que as point-and-shoots.
Mas elas têm ficado mais baratas a cada dia que passa. Muito, muito mais
baratas. Olympus, Nikon, Pentax e Sony todas têm DSLRs que podem ser
compradas por menos de 500 dólares – e estas são câmeras
de verdade – que acabam deixando toda a categoria de câmeras ‘bridge’ um tanto quanto inúteis.
Micro Four Thirds/Telêmetro Digital:
as câmeras Micro Four Thirds são câmeras de lentes intercambiáveis com a
remoção do visor que enxerga diretamente através das lentes que define
uma DSLR. Em outras palavras, elas têm sensores grandes como as DSLRs,
têm lentes intercambiáveis como as DSLRs, mas usam uma tela LCD de visor
como uma point-and-shoot. Isto economiza espaço dentro da câmera, o que
significa que – pelo menos esta é a teoria – ela pode ser mais portátil
que uma DSLR equivalente ao mesmo tempo em que mantém a mesma
versatilidade e qualidade de imagem. A maior parte delas grava vídeo
também, e são bem boazinhas nisso: elas não têm o sistema complexo de
visor/espelho de uma DSLR, então
tecnicamente é mais simples
gravar vídeo. Algumas destas câmeras têm o estilo de uma DSLR, como a
Panasonic Lumix DMC-G1, enquanto outras são mais semelhantes a câmeras
portáteis, como a Olympus EP-1.
Por enquanto, esta é uma categoria pequena, os preços ainda estão nas
alturas, começando a partir de 750 dólares. A Panasonic e a Olympus são
basicamente as únicas que existem no momento.
Sensores

O sensor é a parte da câmera que de fato registra a imagem. Em outras palavras, ele
é a sua câmera.
Megapixels e resolução de imagem: megapixels têm
sido o foco do marketing de câmeras digitais desde o princípio (parece
um termo tão anos 90, não é?). Um megapixel, em resumo, é um milhão de
pixels. Se uma imagem (ou sensor) de um megapixels for perfeitamente
quadrada, ela teria 1000×1000 pixels. Elas geralmente são retangulares,
com proporções 4:3 ou 3:2, o que significa que suas resoluções ficam
mais ou menos assim: 2048×1536 pixels para uma câmera de 3 megapixels;
3264×2448 pixels para uma câmera de 8 megapixels, e por aí vai.
Conforme as câmeras digitais amadurecem, este número tende a significar
cada vez menos
– é fácil atolar uma câmera de megapixels, mas sem boa óptica e
sensibilidade à luz, isto não significa que ela produzirá imagens limpas
e de alta qualidade com resolução tão alta. O meu celular tira foto com
5 megapixels, mas as imagens parecem screenshots de alguma espécie
tosca de programa de caça a fantasmas. A minha DSLR já tira a 10,1
megapixels, mas produz imagens com mais do dobro de nitidez e clareza
que o meu telefone. A minha point-and-shoot tem taxa nominal de 12,1
megapixels, mas se olharmos com atenção, as suas imagens são
efetivamente mais borradas que as da DSLR.
Se você estiver planejando fazer impressões enormes, ou se você
precisa cortar bastante as suas imagens, um alto valor de megapixels é
necessário, mas além de certo limite os retornos são mínimos. Você lerá
muitas instruções dos fabricantes de câmeras sobre quantos megapixels
você precisará para imprimir fotos de diferentes tamanhos, mas você pode
ignorar tudo isso porque estes valores parecem mudar a cada geração de
câmeras. A menos que você esteja imprimindo outdoors, ou em revistas e
publicações do gênero, não se esquente muito com isso.
Além de indicar quantos pontos uma câmera é capaz de capturar,
megapixels podem ser um indicador bastante útil de quão antigas podem
ser as entranhas de uma câmera. O valor de megapixels tem aumentado de
maneira relativamente constante ao longo dos anos, então dentro de uma
linha de câmeras de um determinado fabricante, mais megapixels pode vir a
significar sensores mais novos, o que pode, junto com alta resolução,
tirar fotos mais ricas e com menos ruído.
ISO: isto indica quão rapidamente o sensor da sua
câmera coleta luz – quanto maior o ISSO, mais sensível é a sua câmera à
luminosidade e de menos luz você precisa parar tirar uma foto. E apesar
de alta capacidade de ISO ser bastante útil em baixa iluminação, este
índice é também útil quando você está tirando exposições extremamente
velozes durante o dia, como durante uma partida esportiva. No entanto,
com ISOs mais altos, mais se tem ruído – algumas câmeras point-and-shoot
anunciam ter ISOs extremamente altos, na casa dos 6400. Tomadas com
esta sensibilidade invariavelmente ficarão uma merda. DSLRs, que possuem
sensores maiores e são melhores na captação de luz, podem às vezes
tirar fotos com ISO 6400 e até maior sem muito ruído.
Talvez ajude pensar da seguinte maneira: índices de ISO são na
verdade uma alusão aos tempos de filme fotográfico. Você costumava ter
que antecipar como você tiraria a sua foto e comprava o filme baseado na
sensibilidade dele, indicado pelo “número de
ASAs”
(que nada tinha a ver com asas, mas como era a velocidade do filme,
todo mundo achava que sim). Estes valores acabaram sendo transportados
para as câmeras digitais, apesar do filme ter sido substituído por
sensores.
De todo modo, não compre uma câmera somente por causa do seu
índice ISO, porque existe uma boa chance de suas duas ou três maiores
configurações serem completamente inúteis.
CCD e CMOS: do nosso Giz Explica
anterior sobre o assunto:
Existem dois grandes tipos de sensores de imagem para câmeras digitais e filmadoras: CCD (
dispositivo de carga acoplada) e CMOS (
semicondutor metal-óxido complementar,
às vezes também conhecido como sensor de pixel). Nós não vamos entrar
muito a fundo nas diferenças mais geek porque você realmente não precisa
saber ou mesmo se importar com isso. O que você deve saber é que as
SLRs de nível mais alto (as câmeras grandes com lentes removíveis) usam
CMOS porque é mais fácil fazer sensores CMOS maiores; o os telefones
móveis o fazem porque o CMOS usa menos energia. Dito isso, a maioria das
câmeras point-and-shoot e a maioria das filmadoras usam o sensor CCD,
que é mais comum.
As coisas estão um tanto diferentes agora e os CCDs são comuns nas DSLRs atualmente. A diferença para os consumidores é mínima – não se assuste de ver qualquer um deles nas especificações da sua câmera.
ATUALIZAÇÃO:
como disseram alguns leitores do post original, esta afirmação não está
inteiramente correta: as DSLRs ainda contam mais com sensores CMOS,
inclusive a maioria das câmeras mais potentes e recentes. De todo modo,
ainda é mais um fato curioso do que um argumento de compra mesmo, pelo
menos para a maior parte das pessoas.
Equilíbrio de branco: você já viu imagens em
ambientes fechados que são total e inexplicavelmente laranjas? Isto é um
problema de equilíbrio de branco. A sua câmera é capaz de ajustar-se
para compensar diferentes temperaturas de cor – iluminação de tungstênio
têm aquela tonalidade laranja, já a luz do Sol deixa as suas fotos
azuladas – e corrigir a cor da sua imagem de acordo com a iluminação.
Virtualmente todas as câmeras permitem que você ajuste o equilíbrio de
branco com configurações já prontas, apesar de ser melhor você fazê-lo
manualmente mesmo.
Tamanho de sensor e fator de corte: algumas câmeras
possuem sensores que são aproximadamente do mesmo tamanho de filme
35mm, com 36x24mm. Estas são chamadas câmeras full frame. Elas tendem a
ser mais caras – como as séries 5D e 1D da Canon, ou as D3 da Nikon – e
seus corpos tendem a ser um pouco maiores. Basicamente equipamento
profissional ou semiprofissional.
Por outro lado, sensores APS-C são o que tem em quase todas as DSLRs
básicas. Estes sensores têm aproximadamente 22x15mm, o que é
significativamente menor que o sensor de uma full frame. E por que isto
importa? Sensores maiores proporcionam mais espaço para cada pixel, o
que os torna melhores na captação de luz. (A
analogia do balde
é útil neste caso.) No entanto, mais importante para os usuários de
APS-C é o fator de corte. Um sensor menor captará uma seção menor do que
vem pela lente, ou seja, uma lente de 200mm em uma DSLR full frame
torna-se uma lente de 300mm em uma câmera APS-C, uma de 50mm torna-se
uma de 75mm, etc. Logicamente, os fabricantes de câmeras fazem lentes
específicas para APS-C que são
projetadas para os sensores
menores, mas os comprimentos focais relacionados não são ajustados –
eles ainda são valores equivalentes aos de 35mm. Só fique atento porque
toda lente tira fotos diferentes de um tipo de câmera para outro.
Óptica

É
por aqui que a sua câmera enxerga. Basicamente, estas peças são os
globos oculares.
Lentes removíveis: existem, em geral, dois tipos de
lentes removíveis. As que afastam e aproximam a imagem, que são
chamadas de lentes "zoom", e as que não se movem. Estas são chamadas de
lentes "primes". Elas são todas classificadas pelo comprimento focal. Em
termos mais estritos, o comprimento focal se refere à distância
necessária para um sistema de lentes focar na luz. Em termos reais, o
comprimento focal é
aproximadamente correlacionado ao
comprimento físico da lente e ajuda a indicar quanto uma lente amplia
uma imagem. Um comprimento focal de 18mm em uma DSLR é considerado
amplo, já 200mm ou mais seria considerado uma lente telefoto.
Lentes point-and-shoot e o Fator X: o segundo
número mais divulgado do irritante rol de recursos da sua
point-and-shoot é o fator de zoom. Ele será expresso como um número e um
‘x’ depois: 5x, 10x, etc. Você verá um alcance impresso, algo como
5.0-25mm, que descreve o comprimento focal da lente. Eis um truque:
divida o maior dos comprimentos focais pelo menor. O resultado deve ser
igual ao seu nível ‘x’ de zoom, porque, digamos, ele
só indica isso mesmo: o quociente entre o comprimento máximo da lente e o comprimento mínimo.
Esta indicação é enganosa. Montada na mesma câmera, uma lente que
aproxima de 50mm para 100mm seria chamada de lente 2x, enquanto uma
lente que aproximasse de 18mm para 54mm seria chamada de lente 3x, mesmo
que, na sua distância máxima, ela não desse zoom tão longe quanto a
lente 50-100mm faz no seu nível mínimo. Leve esta equação em
consideração quando estiver comparando point-and-shoots, mas o mais
importante mesmo é testá-la. Você perceberá a diferença.
Obturador, velocidade de obturador e lag de obturador:
o seu obturador é aquela portinha que se abre entre a sua lente e o seu
sensor, permitindo a exposição fotográfica. As faixas de velocidade de
obturador são propagandeadas com a intenção de querer dizer que a câmera
será útil nas duas extremidades: da longa exposição de 10 segundos à
tomada ultraveloz de 1/4000 segundo. Tenha em mente, para ambos os
valores, que a velocidade do obturador por si só não garante nada. Se a
sua câmera puder tirar fotos a 1/4000 segundo mas tiver uma abertura
pequena e baixo índice ISO, as suas fotos provavelmente ficarão muito
escuras.
Lag de obturador é totalmente outra coisa. Sabe quando você usa uma
point-and-shoot e tem aquele retardo frustrante entre o momento que você
aperta o botão e quando a foto de fato é tirada? É isso. Quanto menor o
lag do obturador, melhor, apesar de muitos fabricantes de câmeras nem
se importarem em anunciar este valor.
Abertura: este é o buraco pelo qual a luz passa após
ter passado por parte da sua lente e antes de chegar ao seu sensor.
Quanto maior a abertura, mais luz entra. Quanto menor a abertura, menos
luz entra. Aberturas maiores permitem que você tire fotos em situações
de baixa luminosidade, mas permitem que você foque em um plano fino – ou
o seu fundo ou a frente da imagem ficará fora de foco. Aberturas
menores permitem que você mantenha mais do cenário em foco, mas permitem
que menos luz entre e requerem tempos de exposição maiores. As
aberturas são descritas por f-números – são a razão entre a largura de
uma abertura e o comprimento focal de uma lente. Quanto menor o número,
maior a abertura.
Zoom digital vs. óptico: outro algoz do comprador de câmeras é o zoom digital. O óptico é a ampliação feita pela sua lente – em outras palavras, é o
verdadeiro
zoom. O zoom digital é apenas a sua câmera pegando uma imagem com zoom
óptico e a ampliando, como você o faz no Photoshop. É útil apenas para
colocar fotos em quadro em às vezes ajuda você a manter o foco adequado
da sua câmera. Fora isso, é apenas uma besteirinha: ignore-o, tire fotos
amplas e corte-as depois.
Estabilização de imagem, ou antitremedeira: a
estabilização de imagem está rapidamente se tornando um recurso padrão
até mesmo nas câmeras mais baratas, mas você consegue encontrar umas
point-and-shoots abaixo de 150 dólares sem isso. A ideia da
estabilização de imagem é corrigir os movimentos da sua câmera durante
uma exposição, algo que gera tomadas borradas.
Existem dois tipos: a estabilização de imagem digital, que você
encontrará em sua maioria nas point-and-shoots, corrige a imagem por
software e pode ser relativamente eficaz, apesar de os resultdos serem
apenas toleráveis, não perfeitos. A estabilização de imagem óptica
fisicamente move parte da sua câmera para compensar a tremedeira. Em
algumas câmeras, como Nikons e Canons, as partes móveis ficam nas
lentes. Nas DSLRs da maioria dos demais fabricantes, é o
sensor
que de fato se move para estabilizar a imagem. A estabilização de
imagem óptica quase sempre funciona melhor, mas não é mágica – você não
conseguirá fotografar uma exposição de quatro segundos de constante
movimentação só porque ela está ligada, mas você talvez consiga manter
as coisas estáveis por meio segundo ou um pouco mais.
Software
"Modos", Detecção de Rosto, Detecção de Sorriso: os modos da sua câmera são
ferramentas de assistência,
não recursos reais. Eles são geralmente apenas seleções para
configurações que você pode ajustar sozinho, como as opções pré-prontas
de equalizador do seu iPod. Elas podem ser úteis, mas você será um
fotógrafo melhor se mexer você mesmo nas suas configurações.
Novamente, a detecção de rosto e sorriso são como muletas. A detecção
de rosto adivinha quando há um humano na foto para que a câmera possa
ajustar exposição, equilíbrio de branco e foco de forma que o tal humano
não saia borrado. A detecção de sorriso é um algoritmo meio cru que
mede as expressões faciais e não tira foto até os objetivos serem
julgados como estando SUFICIENTEMENTE CONTENTES, ou seja, até eles terem
bocas vagamente em formato de crescente. É uma boa maneira de
certificar-se de que ninguém arruinará uma foto com uma careta. Além
disso, ajuda a garantir que nenhuma das suas fotos será interessante.
Formatos de imagem: a sua câmera digital não possui filme, mas as suas fotos precisam ir para
algum lugar.
Nas câmeras de hoje, as fotos armazenadas digitalmente ficam ou em
arquivos JPEG ou RAW. Arquivos JPEG são compactados, o que significa que
eles são codificados de maneira a não ocuparem muito espaço, mas perdem
uma pequena quantidade de qualidade. É assim que quase sempre as
point-and-shoot armazenam as imagens e também geralmente como as DSLRs
armazenam suas imagens por default.
Se os JPEGs são como impressões de fotos (não são, mas acompanhe o
raciocínio), então arquivos RAW são como os negativos digitais (na
verdade, um popular formato RAW, o .DNG, basicamente significa "digital
negative", ou negativo digital). Arquivos RAW contêm quase exatamente o
que o seu sensor registrou, o que significa que você pode alterar
valores como exposição, equilíbrio de branco e coloração depois de tirar
a foto, até um certo nível surpreendentemente alto. Parece até trapaça!
Mas tem um ponto negativo: arquivos de imagens maiores. E, dependendo
do tipo de arquivo RAW – diferentes fabricantes de câmeras possuem
diferentes tipos – você pode vir a precisar de um software especial para
visualizar e editar as suas fotos. Tire em RAW sempre que puder e
compre uma câmera que permita que você o faça. Trata-se de um enorme
recurso.
Como bônus, a maioria das câmeras que grava em RAW também permite que
você grave arquivos RAW e JPEG simultaneamente, assim você terá um
arquivo leve e pronto para imprimir ou baixar pro computador, além de
uma fonte RAW para edição posterior. Precisa de uma tonelada de espaço,
mas poxa, espaço é barato atualmente. Gaste uma graninha em um cartão de
memória um pouquinho maior e
viva a sua vida.
Vídeo: a maior parte das novas câmeras, inclusive
algumas DSLRs, grava vídeo. Mas só porque a sua câmera tira instantâneos
com 10 megapixels não significa que ela gravará nem remotamente perto
desta resolução algo em movimnto. A resolução padrão para a maioria das
câmeras point-and-shoot é VGA – isto dá apenas 640×480 pixels de vídeo, o
que é suficientemente bom para YouTube – enquanto DSLRs e algumas
point-and-shoots melhorzinhas filmam em 720p ou em 1080p, que já são
resoluções HD, traduzindo-se, respectivamente, em 1280×720 pixels e
1920×1080 pixels.
Armazenagem

Câmeras point-and-shoot geralmente vêm com uma pequena quantidade de
armazenagem onboard. Tenho certeza absoluta de que isto é para que a sua
câmera tecnicamente funciona assim que você a compra, fazendo com que a
inevitável compra de espaço extra de armazenagem pareça ser apenas uma
questão de opção e menos uma questão de taxa obrigatória. De todo modo,
com qualquer câmera você precisará comprar alguma memória, ou espaço de
armazenagem.
Ainda existem alguns formatos periféricos de cartão memória
perambulando por aí (Sony, você poderia encarecidamente acabar de vez com a vida miserável do Memory Stick Pro? Valeu!), mas apenas dois importam.
SD: também visto como SDHC, ou SDXC, estes carinhas
são o cartão a se escolher para câmeras point-and-shoot and ‘bridge’, e
também em algumas DSLRs mais recentes. Eles são pequenos, funcionam bem e
existem em praticamente qualquer capacidade que você poderia querer.
Quase.
A maioria das câmeras é compatível apenas com o SDHC, um padrão que tem
como capacidade máxima 32GB. Já o SDXC, a próxima evolução do padrão
SD, tem um máximo teórico de 2TB. No entanto, praticamente nenhuma
câmera suporta este formato ainda.
Compact Flash: estes cartões são mais volumosos,
podem vir
a ser mais rápidos e são mais duráveis, além de comicamente menos
propensos a sofrer danos devido a temperatura e condições climáticas.
São estes que você encontrará em DSLRs.
Taxas de velocidade: os cartões de memória vêm em diferentes velocidades. Estas são anunciadas de inúmeras maneiras diferentes, mas
por nenhum motivo aparente.
Você verá um par de números na maioria dos cartões, na sintaxe "133x".
Ignore-os – eles são inflados, desregulados e, portanto, basicamente sem
sentido. O que você deve buscar nos cartões SD é a sua Classe, de 1-6.
Eis a
tabela oficial da Associação SD:

Para cartões Compact Flash, a sua melhor opção é procurar por uma taxa de transferência real no cartão, expressa em MB/s.
Outras leituras
Reviews: um único blog de gadgets,
por mais que tentemos,
não é capaz de cobrir centenas de câmeras que são lançadas todos os
anos. Nós preferimos deixar isso para os obsessivos. Veja só:
•
DPReview
•
The Photography Bay
•
Photography Review
•
Photo.net
Você realmente não deve comprar uma câmera sem consultar estes caras
antes. Eles têm o hábito de se perder em jargões às vezes, mas poxa, se
você já leu até aqui, com certeza você sobrevive a eles.
Tirando fotos: agora que você já tem o seu doce a
tiracolo, você deve estar se sentindo máximo. Sabe o que deixaria ainda
mais radiante? Aprender a tirar foto, oras! Alguns dos nossos mais
recentes guias:
•
O básico: a sua nova câmera foi retirada da caixa. Já foi mexida. Seu gato já foi fotografado incontáveis vezes. E agora?
•
Quando não usar o flash: a resposta: praticamente sempre.
•
Como tirar fotos HDR: tirar fotos hiperreais ao combinar múltiplas exposições sem aquilo que chamamos de "vômito de palhaço".
• Para dicas em geral, a lista comicamente extensa de guias de fotografia do
Photo.net
fornece instruções por virtualmente qualquer cenário. Precisa
fotografar, digamos, umas pessoas nuas? Debaixo, hummm….da fortíssima
luz do Sol das savanas da Namíbia? Ah, eles te ajudam nisso também.
E apesar de guias amplos serem úteis, eu aprendi mais sobre
fotografia e câmeras com o Flickr do que com qualquer outra fonte.
Junte-se ao grupo do Flickr da sua câmera e passe um tempinho nos fóruns
de mensagens. Você aprenderá truques bacanas para aproveitar o máximo
do seu equipamento, mas ao fazer isso, com o auxílio de uma bondosa
comunidade você aprenderá também bastante coisa sobre fotografia como um
todo.