terça-feira, 9 de agosto de 2016

ROTEIRO : DICAS, E TECNICAS - DIVERSOS AUTORES

Qual é a diferença entre guião, roteiro e  argumento? E entre um argumentista e um guionista? É exactamente a mesma coisa? Qual a subtil diferença que leva a escolher um ou outro termo? – Marta
Marta, conforme refiro no segundo artigo do Curso de Guião, um Guião ou, no Brasil, um Roteiro, é um documento escrito que:
  1. apresenta as cenas que compõem um filme, na ordem sequencial em que serão vistas;
  2. e, dentro de cada cena, descreve as acções e diálogos dos personagens e todos os aspectos visíveis e audíveis do filme.
Em suma, é um documento onde deve ficar registado tudo o que se vai ver e ouvir no filme. Como tal, é o documento chave para toda a produção do filme.
É com base no guião que o filme consegue atrair interesse e financiamentos; é ele que serve de referência para o planeamento e orçamentação da produção; é o guião que o realizador e todos os técnicos seguem para criar o filme; é ao guião que os atores vão buscar os diálogos e as ações dos personagens.
O Guionista, ou Roteirista, no Brasil, é o autor do guião/roteiro. É um profissional altamente qualificado, que une a imaginação criativa com o rigor técnico; o conhecimento profundo da linguagem do cinema e da arte de construir uma estória audiovisual, com a capacidade artística e técnica para transpor essa estória para uma forma escrita.
Num artigo recente mostro o aspecto de uma página de guião, explicando todos os seus elementos e indicando a sua formatação correta. Na minha página de Recursos estão também disponíveis alguns guiões, e links para sites que oferecem muitos outros.
Guião O Padrinho

E o Argumento?

Um Argumento, em sentido estrito, é um outro tipo de documento, que precede o guião no processo de desenvolvimento.
É uma descrição literária e sequencial do filme, em texto corrido, que não está ainda dividido por cenas (embora elas estejam normalmente já implícitas) nem inclui os diálogos dos personagens.
Tal como o guião, o argumento é escrito no presente e na 3ª pessoa: “Jorge descobre que Adriana o anda a enganar com Flávio”. É, no entanto, um documento menos detalhado – cada página de um argumento converte-se em várias (5 a 10) páginas no guião.

Donde vem a confusão?

A confusão surge porque hoje usamos muitas vezes as duas expressões (Guião/Roteiro e Argumento) como sinónimos, referindo-nos ao documento escrito final – o guião. Da mesma forma, usamos muitas vezes Argumentista e Guionista (ou Roteirista) como sinónimos.
Por exemplo, em Portugal, a entidade que representa os interesses dos guionistas é a APAD – Associação Portuguesa dos Argumentistas e Dramaturgos.
Eu próprio uso os termos alternadamente sem qualquer problema. O meu último livro eletrónico, por exemplo, chama-se “Como Escrever o seu Primeiro Argumento Cinematográfico em Trinta Dias” e o seu objetivo é apresentar um plano de trabalho para chegar ao fim de um mês com uma primeira versão de um guião/roteiro de cinema.
Para confundir ainda mais as coisas, há ainda outros termos que se ouvem no processo de desenvolvimento de uma estória audiovisual: logline, escaleta, outline, sinopse, tratamento, etc.
Já falei detalhadamente sobre esses diversos tipos de documentos em outros artigos do Curso, como por exemplo este, sobre as loglines; ou este, que apresenta as várias etapas do desenvolvimento. Recomendo a sua leitura para uma descrição mais completa.
Resumidamente, podemos guiar-nos por estas definições:
Logline – é a descrição dos três elementos de uma estória – protagonista, objetivo e obstáculo – da forma mais sintética e atrativa possível, normalmente em apenas um parágrafo.
Storyline – é uma versão ligeiramente mais completa da logline, em que se indica também a conclusão.
Sinopse – é um documento sintético, de 1 a 3 páginas, em que se contra o princípio, meio e fim da estória.
Pitch – é a versão falada da sinopse, preparada e otimizada para ser contada em voz alta a um ouvinte. Uma variação é o “elevator pitch“, ou seja, um pitch muito sintético e atrativo que pode ser usado num período tão curto quanto uma viagem de elevador com um potencial interessado.
Tratamento, ou Argumento – é uma sinopse mais longa e envolvente, que se lê quase como um conto. Pode ter entre 5 e 30 páginas. Se for muito mais longo, e incluir trechos de diálogos, pode ser tratado por “scriptment”, uma mistura entre “script” e “treatment”. O tratamento é o que corresponde mais de perto ao sentido tradicional em que se usava a palavra Argumento.
Outline, ou escaleta, ou ainda grelha – é um documento no qual resumimos todos os eventos do nosso enredo passo a passo, em frases simples. No step outline esse resumo é feito cena a cena, com um detalhe ainda maior. É normalmente a última etapa antes da passagem à escrita do guião/roteiro.
Guião/Roteiro Literário – é o guião escrito pelo guionista/roteirista, para descrever o filme da forma mais atractiva e interessante possível. Inclui o mínimo possível de indicações técnicas e normalmente as cenas não estão numeradas.
Guião/Roteiro Especulativo – usa-se esta designação (sem qualquer sentido depreciativo) quando o guião é escrito por iniciativa do próprio autor, sem ser encomenda de ninguém.
Guião/Roteiro de Rodagem, ou Shooting Script – é um guião revisto depois do guionista/roteirista já ter trabalhado com o realizador e outros elementos da equipa de produção. Como tal, é muito mais pormenorizado e inclui bastantes indicações técnicas. As cenas já estão numeradas e podem ser indicados ângulos e movimentos de câmara, e detalhes de produção.

Conclusão

A nossa actividade não é como a matemática ou a física, em que as coisas têm definições estritas e universais; há muito mais margem para variação e interpretação. Por isso, Marta, quando um produtor lhe encomendar, por exemplo, um argumento, certifique-se exatamente a que tipo de documento ele está a referir-se.
No dia a dia, contudo, e para simplificar, use guião/roteiro ou argumento quando se referir ao documento final, tal como eu faço aqui no blogue. O mesmo quanto a guionista/roteirista e argumentista.
Já quanto aos outros documentos referidos, é melhor usá-los sempre de acordo com as definições que proponho acima, para facilitar o entendimento.



The secret: Do good work and share it with people. – AUSTIN KLEON

Introdução

Há quem lhe chame guião e quem prefira argumento; antigamente, era frequente distinguir o argumento dos diálogos; no Brasil fala-se em roteiro. No meio disto tudo, do que é que estamos exactamente a falar?
Um guião é diferentes coisas para diferentes pessoas. Esta definição não parece ser uma grande ajuda mas é essencial entendê-la bem; muitas confusões, mal-entendidos e até conflitos nascem da ignorância desse facto.
Ao longo das diversas fases da sua existência, desde a página em branco até ao filme finalizado, o guião passa por muitas mãos:
  • O guionista
  • O produtor
  • O leitor
  • O realizador
  • Os financiadores
  • Os actores
  • A equipa técnica
Para cada uma destas pessoas o guião representa uma coisa completamente diferente.

As funções do guião

Para o seu autor – o guionista – o guião é uma obra literária, original ou adaptada, através da qual ele conta uma história, desenvolve personagens e relações, explora situações e conflitos, apresenta ideias e temas e, de forma geral, dá livre curso à sua imaginação e ímpeto criativo. É, pois, uma obra artística, um produto da sua inspiração e transpiração, um filho que ele vai querer proteger a todo o custo.
Para um produtor de cinema, por outro lado, o guião é um documento de trabalho que lhe vai servir para estimar um orçamento de produção; para obter financiamentos e co-produtores, nacionais e internacionais; para aliciar o realizador e o elenco; enfim, para poder arrancar com a pré-produção de um filme. O produtor aprecia a qualidade intrínseca do guião, o seu valor artístico; mas valoriza sobretudo a sua capacidade de vir a transformar-se num filme.
Antes de chegar à s mãos do produtor, o guião passa muitas vezes pelas mãos de um “leitor”. Este é uma pessoa a quem o produtor paga para ler, avaliar e comentar, num relatório sucinto, os muitos guiões que lhe chegam à s mãos, servindo como um primeiro filtro para separar o trigo do joio dramático. Seduzir e entusiasmar estes eventuais “leitores” (que muitas vezes são também guionistas ou aspirantes a tal) é outro papel essencial para o guião.
Para os financiadores, sejam eles o júri de um concurso público, executivos de uma empresa da especialidade, ou investidores privados, o guião é a primeira prova da viabilidade do filme. É um sinal do empenhamento do produtor, de que já há trabalho realizado, de que não se está apenas a discutir ideias mas sim uma realidade palpável. O financiador vai olhar para o guião tentando ver as suas possibilidades artísticas ou comerciais (o critério varia de caso para caso). Muitas vezes, é apenas com base no guião que ele vai decidir se aplica o seu dinheiro neste filme ou num dos muitos outros projectos que lutam pela sua atenção.
O realizador, por sua vez, tem ainda uma visão diferente do guião. Pode não ter sido ele a escrevê-lo (embora isso aconteça algumas vezes) mas vai competir-lhe a si liderar a equipa que fará o filme. O realizador analisa assim o guião sob pelo menos três perspectivas: a artística – o que é que nestas páginas me tocou, me fez vibrar, me levou a aceitar esta tarefa -, a técnica – que passos vou dar para transformar estas páginas nas imagens e sons que povoarão o écrã – e a pessoal – como é que este guião vai contribuir para a minha evolução e carreira.
Para os actores, que são outro elemento crucial desta complexa equação que é fazer um filme, o guião é a porta que lhes abre a vida íntima dos personagens que vão interpretar na tela. Se estes personagens não estiverem bem caracterizados, os seus diálogos não forem ricos e adequados, os seus comportamentos e acções não foram convenientemente motivados e explicados, o actor terá dificuldade em fazer bem o seu trabalho.
Finalmente, para a equipa técnica – o director de fotografia, o assistente de realização, o director de arte, etc. – o guião é um instrumento de trabalho essencial que os orientará nas suas funções. Cada um irá lê-lo e anotá-lo à sua maneira. O director de fotografia, ao ler uma cena, vai pensar em ambientes e emoções, e vai escolher as lentes e as luzes certas para os obter. O assistente de realização, por seu lado, vai preocupar-se com aspectos práticos – quanto tempo vai isto levar a filmar, de que recursos vamos precisar, etc.

Mas o que é mesmo um guião, afinal?

Um guião é um documento escrito que descreve sequencialmente as cenas que compõem um filme e, dentro de cada cena, as acções e diálogos dos personagens e os aspectos visíveis e audíveis que os condicionam.
Na prática, o guião de uma longa metragem é um documento impresso, que tem em média entre 80 e 130 páginas. Se for escrita num formato correcto cada página do guião corresponde grosso modo a um minuto de filme. Como não é normal os filmes terem menos de 80/90 minutos nem muito mais de duas horas, qualquer guião que fuja a estas dimensões é logo olhado com alguma desconfiança.
Os guiões para TV terão formatos mais variados. As séries dramáticas de uma hora encaixam razoavelmente nos parâmetros acima descritos. Já as sitcoms, que duram menos de 30 minutos, mas são normalmente cheias de diálogos ditos num ritmo rápido, podem ter guiões proporcionalmente mais longos.
O formato do guião pode variar de país para país, até de produtora para produtora, mas todos os guiões têm algumas coisas em comum:
  • A identificação sequencial das cenas que compõem a história
  • A descrição dos eventos
  • A identificação dos personagens
  • Os seus diálogos
  • Algumas indicações técnicas relevantes
O ideal é ver um exemplo prático, o que faremos em breve, mas antes disso há ainda um aspecto do guião que é muito importante compreender.

O guião não é o filme

Apesar de ser uma obra artística, o guião raramente chega aos olhos do público final a não ser através do filme no qual, idealmente, se vai transformar. Desse ponto de vista o guião não é um fim em si; é um meio de chegar ao filme. É como uma crisálida – a sua beleza está na borboleta que dela vai nascer, e não em si mesma.
É também fundamental perceber que, devido à natureza colaborativa da arte do cinema, o guião está sujeito a muitas transformações e mudanças. E nem todas serão sempre do agrado do guionista. Depois que a primeira versão do guião sai das suas mãos, muitas pessoas vão pedir (ou exigir) ao guionista que lhe introduza alterações. O produtor, por razões criativas, práticas ou financeiras; o realizador, por motivos artísticos, técnicos (ou de ego); e outras pessoas, com outras justificações, umas vezes razoáveis, outras nem tanto.
É bom o guionista estar preparado para esta realidade. Nos contratos que vai assinar, salvo raras excepções, terá sempre de deixar em aberto a possibilidade de outros guionistas poderem reescrever o seu guião e alterar a sua obra – e muitas vezes isso acontece mesmo.
Se acha que não consegue aceitar isso, é melhor desistir agora mesmo. Talvez o teatro, a literatura ou a escrita de um diário (ou de um blogue como este) sejam melhores escapes para a sua vontade de criar. Mas se está disposto a lidar com esse facto ou, melhor ainda, se a natureza colaborativa do cinema é o que lhe agrada nesta forma de arte, então pode continuar a ler. Está no bom caminho.

Perguntas & Respostas: como se escreve um flashback?

Quando se escrevem flashbacks é preciso ter "cuidados especiais", não é? Não são cenas como as outras ao nível da escrita. A minha maior dúvida é como é que se escreve um flashback já visto. Será que me pode ajudar?
Félix

O que é um flashback

Um flashback, ou analepse, é, segundo a wikipedia (referência a que se recorre mais por preguiça do que por outra razão qualquer), "a interrupção de uma sequência cronológica narrativa pela interpolação de eventos ocorridos anteriormente. É, portanto, uma forma de anacronia ou seja, uma mudança de plano temporal".
Quando estamos a contar uma estória segundo os moldes clássicos, seguimos normalmente uma sequência temporal natural – os eventos são narrados segundo a ordem porque decorreram. Quando, no meio dessa sequência, introduzimos uma cena que ocorreu antes das que estamos naquele momento a narrar, chamamos a essa cena um flashback.
Introduzindo um pouco mais de teoria, o flashback pode ser "interno", se se referir a um momento anterior mas ainda dentro da nossa narrativa, ou "externo", se se referir a um momento anterior ao início dessa narrativa. Penso que, quando na sua pergunta se refere a um "flashback já visto", se está a referir a um "flashback interno".
Por oposição, o flash-forward, ou prolepse, é uma cena que antecipa algo que vai acontecer no futuro em relação à sequência temporal natural da nossa narrativa.

Como escrever o flashback

Os flashbacks surgem na narrativa normalmente como resposta a um estímulo. Por exemplo, um personagem vê ou ouve algo que lhe traz à memória um evento passado. Juno olha para um cadeirão abandonado e recorda a tarde em que fez amor com o seu melhor amigo; Rose vê o esquisso e recorda a noite em que Jack o desenhou; Thompson entrevista Bernstein e vemos como Charles Kane tomou conta do jornal Inquirer.
Estes três exemplos mostram as três formas mais frequentes como um flashback é introduzido numa narrativa:
  • No primeiro exemplo, do filme "Juno", um estímulo visual (poderia ser auditivo, olfactivo, sensorial, etc.) introduz uma cena rápida em flashback. A narrativa regressa depois ao seu curso normal. Esta é, talvez, a forma mais frequente.
  • No segundo exemplo, que os mais atentos recordarão ser de "Titanic", a estória começa no presente, mas depois da personagem Rose, agora idosa, ser confrontada com os testemunhos do seu passado, entramos num longo flashback que conta o essencial da estória, e passa assim a ser a sequência narrativa natural.
  • No terceiro exemplo, retirado de "Citizen Kane" ("O mundo a seus pés"), toda a narrativa é apoiada em múltiplos flashbacks, apresentados fora de ordem cronológica, que nos vão dando a estória complexa do protagonista, como num puzzle que se vai completando aos poucos.
Alguns guionistas, como Guillermo Arriaga, usam tantos flashbacks e flash-forwards na sua escrita que a certa altura deixa de existir uma sequência narrativa natural. Fala-se nesse caso de uma narrativa não-sequencial, ou anacrónica.
Qualquer destas formas é um recurso poderoso dos guionistas que, se bem utilizado, pode enriquecer muito uma narrativa.

Quando se deve evitar o uso do flashback

Alguns guionistas são aversos ao uso de flashbacks, mas penso que isso se deve não ao recurso em si, mas sim ao seu uso inadequado.
Isso acontece quando o flashback é usado simplesmente para transmitir informação necessária para resolver algum aspecto da narrativa. Nesse caso, como em qualquer outro tipo de cena meramente expositória, o flashback estará a ser usado como uma muleta, revelando alguma preguiça por parte do autor.

Como formatar o flashback

A escrita de um flashback não tem nenhum segredo especial. Aplicam-se-lhe exactamente as mesmas regras que na escrita de outra cena qualquer.
Resumidamente, só devemos escrever aquilo que possa ser mostrado (visualmente) ou ouvido (auditivamente) no filme. Não adianta escrever pensamentos, emoções, esperanças, ou outras coisas que não tenham uma tradução visual ou sonora. Apenas acções, gestos, palavras, eventualmente expressões, que possam ser narradas com os recursos do cinema.
No caso específico da pergunta do Félix (um "flashback já visto") penso que se está a referir a um flashback que recorda algum momento anterior já visto no decurso do filme. O flashback irá regressar a esse momento, ou de uma forma mais curta, ou com mais detalhe.
Nessa situação, será conveniente introduzir na descrição da cena algum frase, ou expressão, que ajude o leitor do guião a perceber que aquela cena já foi lida antes. É uma pequena batota que não deveria ser necessária, mas que tem desculpa. No filme, a nossa memória visual recordará automaticamente que já vimos aquela cena; mas a nossa mente funciona de uma maneira diferente ao ler, e pode ser preciso dar-lhe uma pequena ajuda. Algo como "Estamos de novo no palácio, no momento em que o disparo mortal atingiu o presidente da república. Mas desta vez conseguimos ver, através da janela estilhaçada, o rosto do autor do disparo. É…".
Para distinguir um flashback das restantes cenas, em termos de formato, basta começar o cabeçalho da cena com a palavra FLASHBACK, sublinhada ou não. Há também quem prefira colocar essa palavra entre parênteses no fim do cabeçalho. A forma correcta poderia, pois, ser assim:
FLASHBACK – INT. CASA DE CAMPO – SALA – DIA (MARÇO DE 1960)
ou
INT. CASA DE CAMPO – SALA – DIA (FLASHBACK – MARÇO DE 1960)
Em ambos os casos deve colocar-se, no fim da cena ou sequência de cenas, a indicação FIM DE FLASHBACK encostada à direita.
FIM DE FLASHBACK
Vejamos um exemplo:
INT. CASA DE CAMPO – SALA – DIA
Gonçalo entra na sala vazia da velha casa de campo. Olha em redor, percorrendo as paredes onde o papel descolado deixa à vista pinturas antigas, manchas de humidade, traços do tempo.
O seu olhar para numa mancha desbotada no soalho sujo.
FLASHBACK – INT. CASA DE CAMPO – SALA – DIA (1960)
O jovem Gonçalo, então com seis anos, está ajoelhado no chão da luxuosa sala de jantar do casarão, derramando, com um sorriso de satisfação, uma lata de tinta vermelha no soalho recém-encerado.
FIM DO FLASHBACK
INT. CASA DE CAMPO – SALA – DIA
Gonçalo sorri ligeiramente e atravessa a sala, em direcção a uma porta meio tombada.


Nota: devido às limitações do plugin que uso para formatar os exemplos, a palavra FLASHBACK sai numa linha antes do resto do cabeçalho. Recordo que a forma correta é com tudo na mesma linha:
FLASHBACK – INT. CASA DE CAMPO – SALA – DIA

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