PEDER MORK MONSTED - Um lago tranquilo na floresta
Óleo sobre tela - 82,5 x 117,4 - 1904
De todos os motivos dentro
da temática de paisagens, a água parece ser aquele que desperta maior admiração
e fascínio entre os artistas. Plácida, serena, tempestuosa, corrente,
revolta... Em qualquer situação, há nela uma infinidade de condições que
desafiam e estimulam qualquer artista, desde os iniciantes até aos mais
experientes. Muitos impressionistas famosos tinham verdadeiro trauma na
representação de água em suas composições e acabaram esquematizando suas
composições, concentrando-se muito mais nos seus efeitos do que numa
representação realista.
PEDER MORK MONSTED - Outono em Birchwood
Óleo sobre tela - 114 x 70,5 - 1903
Estarei utilizando, para
ilustrar essa matéria, imagens de um dos mais conceituados paisagistas, na
minha opinião. Peder Mork Monsted foi um dos representantes tardios do Período
de Ouro da Pintura Dinamarquesa de Paisagens. Era um artista virtuoso, que
soube como ninguém captar as sutis e cambiantes situações de uma paisagem. A
água está presente em muitas de suas composições e é uma espécie de cartão de
visitas de sua obra.
PEDER MORK MONSTED - Na floresta
Óleo sobre tela - 74 x 123 - 1896
Uma das dúvidas mais
frequentes, principalmente aos iniciantes da pintura de paisagens é com relação
à cor da água. Uma das regras básicas para reproduzir com maior naturalidade a
sua coloração, é não se esquecer que água não tem cor, pelo menos em seu estado
mais natural possível. A cor da água, a se representar em uma composição,
depende daquilo que está próximo a ela. Nenhuma situação oferece maior possibilidade
de luzes refletidas e colorações variadas, do que a água.
PEDER MORK MONSTED - Um recanto tranquilo no bosque
Óleo sobre tela
Águas tranquilas produzem
reflexos diretos, sem muitas sinuosidades. Parecem imagens espelhadas e por
isso mesmo, oferecem menos dificuldades para sua execução. Há que se ter muito cuidado
para introduzir todos os princípios da perspectiva tradicional na execução da
pintura de água. Todas as regras e conceitos da perspectiva também são
aplicados em sua execução, como cores mais fortes e contrastantes no primeiro
plano e mais suaves assim que a distância aumenta.
PEDER MORK MONSTED - Paisagem
Óleo sobre tela - 60 x 80
As águas agitadas são mais
complexas para sua execução. Os reflexos já não são tão diretos quanto nas águas
calmas e por isso tornam-se interrompidos e por vezes chegam a parecer mais
compridos, dependendo da oscilação que possa ocorrer na superfície da mesma.
Também seguindo os princípios da perspectiva, os reflexos serão maiores e mais
espaçados próximos ao observador, e menores e mais unidos, assim que a
distância aumenta. Uma regra geral é que, próximos aos objetos refletidos, os reflexos
tornam-se bem mais densos. Nas águas agitadas, as ondulações acabam produzindo
um contraste bem interessante entre as depressões mais escuras e os picos
luminosos mais superficiais. Isso, próximo ao observador. À medida que vão se
distanciando, esses picos luminosos tendem a se tornar uma massa homogênea e
brilhante.
PEDER MORK MONSTED - Um fluxo na floresta
Óleo sobre tela - 140 x 102 - 1895
Dependendo da incidência do
sol, os reflexos na água podem se tornar mais claros ou mais escuros. Se o
objeto está na sombra e a água é atingida pelos raios solares, o reflexo será
mais claro que o objeto. Se, ao contrário, o objeto é iluminado e água está nas
sombras, então o reflexo será mais escuro. Geralmente, as cores dos reflexos
são sempre mais escuros do que as cores dos objetos refletidos. Com exceção de
objetos negros, que costumam ter os reflexos ligeiramente mais claros, devido à
transparência da água.
PEDER MORK MONSTED - Dia de primavera em uma casa de palha com lilases florescendo
Óleo sobre tela - 1925
Um
erro muito comum, ao se
reproduzir água, é fazer os objetos refletidos usando apenas sua imagem
contrária, em ponta-cabeça. A água funciona como um espelho, portanto o
que
está refletido nela depende principalmente do ângulo do observador. Se
você
estiver observando uma pessoa com uma sombrinha, por exemplo, não verá a
parte
externa da sombrinha no reflexo, como vê no objeto, verá a estrutura que
forma
a sombrinha, com suas armações e suas cores de sombras características. A
gravura acima ilustra isso muito bem. Da vasilha que está à beira
d'água, no canto direito, conseguimos ver o seu interior na imagem
superior e no reflexo não conseguimos ver a mesma situação.
PEDER MORK MONSTED - Reflexos
Óleo sobre tela
Objetos que não estejam
inclinados tendem a ter os seus reflexos do mesmo tamanho. Se inclinam para
frente, os reflexos serão maiores, e se inclinam para trás, serão mais curtos.
Quanto maior a inclinação, maior será a diferença do comprimento a ser
representada em uma composição.
PEDER MORK MONSTED - Paisagem costeira, Bornhol
Óleo sobre tela - 64,5 x 47,5 - 1917
Contra os reflexos dos
objetos, o fundo da água tende a mostrar tudo que está contido nela, como
pedras, gravetos e folhas. Contra o reflexo direto do céu, o que aparece, com
mais frequência, é apenas a superfície da água.
PEDER MORK MONSTED - Beira de um lago
Óleo sobre tela
PEDER MORK MONSTED - Por de sol sobre a floresta
Óleo sobre tela - 68,7 x 113,6 - 1895
Lembre-se que não há
uma regra geral para representação de águas. Observar a natureza é o
método mais confiável possível. Não há melhor mestre que ela. O mais
sensato é praticar a pintura ao
vivo, para ver como se comportam todas as situações possíveis.
PEDER MORK MONSTED - Um rio tranquilo
Óleo sobre tela - 61 x 91,5
AGRADECIMENTOS
A ESTE EXCELENTE MESTRE!
POR
PERMITIR A DIVULGAÇÃO AQUI NO MEU BLOG!
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O BLOG DE JOSÉ ROSÁRIO ABAIXO:
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