MARY PERKINS, de Leonard Starr
EXCLUSIVIDADE HQ POINT
MARY PERKINS - ON STAGE
Volume 1
INTRODUÇÃO
Por Walter Simonson
(Trad.: Rogerio Ferreira)
Howard Chaykin uma vez me disse quando discutíamos sobre On
Stage que ele achava que essa era a última das grandes tiras de aventuras.
Sou inclinado a
concordar. E, assim como eu, ele sentia que uma edição encadernada de Mary
Perkins / On Stage de Leonard Starr tinha demorado muito pra sair. Eu mesmo
acreditava que On Stage merecia ser mencionada no mesmo nível das clássicas tiras
de jornal como as grandes obras de Caniff
Terry e os Piratas, Captain Easy de Crane ou Modesty Blaise de
O’donnell/Holdaway.
Com On Stage, Starr criou um romance contínuo no sentido
mais antiquado da palavra. Era aventura , uma deliciosa mistura de gêneros e
histórias que se movia sem esforço entre bastidores teatrais, novela
inteligente e convincente heroismo condimentado com um sopro ocasional de
atividade criminosa organizada. A tira apresentava personagens maravilhosamente
delineados e locações exóticas que se apresentavam dia após dia, mês após mês,
ano após ano. Havia até mesmo estranhas incursões pela comédia e até um ligeiro
toque de sobrenatural.
On Stage durou 20 anos, de 10 de fevereiro de 1957 até 9 de
setembro de 1979.
Não me lembro quando li pela primeira vez, On Stage mas era
parte da minha rotina diária antes que a tira completasse dois anos. Eu tinha
então 11 ou 12 anos. Mary Perkins, a personagem central da tira, era uma jovem
do meio oeste que se mudava para Nova York para seguir seu sonho de se tornar
atriz. O mundo do teatro o qual Mary pertencia era um ambiente estranho pra mim
mas convincente e fascinante. Eu acompanhei Mary enquanto ela fazia testes de
elenco, encontrava rivais inescrupulosos, rechaçava pretendentes indesejados,
esbarrava em tipos do submundo e lutava pelo seu verdadeiro amor. Seu único e
futuro marido ( Hesito em revelar o nome aqui porque não quero dar nenhum
spoiler para os que ainda não conhecem a obra, os veteranos sabem a quem me
refiro) se tornou parte da tira e Starr registra suas aventuras também. Entre
eles o casal lida com os altos e baixos da carreira de free-lancer,
sobreviveram a desastres naturais, fizeram incursões na fronteira da guerra
fria, viajaram pelos desertos do México, visitaram pistas de esqui nas
montanhas rochosas e se aventuraram pelas selvas do que era então o Vietnã do
sul.
Por tudo isso havia uma beleza real na obra de Starr. Outras
tiras eram desenhadas com mais capricho foto realista, mas sempre senti que
Starr usava sua habilidade para realçar esse realismo com uma qualidade gráfica
abstrata, revelada em sua linha fluída e sua maestria de padrões no desenho em
preto e branco. Seu desenho nunca parecia simples mas sempre funcionava a
serviço de sua história. Iluminação dramática, tomadas habilmente desenhadas,
cenários cuidadosamente pesquisados --- tudo contribuia para convencer acerca
da natureza dramática do mundo que Starr havia imaginado. Quando ele desenhou
aviões de caça da segunda guerra mundial numa sequência de flashback, Spitfires
e Me 262, eles eram bem verossímeis. Eu tinha 18 anos na época e era um
especialista na área, teria reconhecido alguma falha na hora, fiquei radiante
ao ver tamanha precisão em sua descrição. Essa alegria permanece comigo até
hoje.
Starr era um artesão
soberbo, capaz de capturar nuances de emoção nas expressões faciais tanto
quanto na linguagem corporal de seus personagens para criar algumas das
melhores “atuações” das tiras de quadrinhos. Escrevia diálogos literários. Por
mais maravilhoso quanto um diálogo de Starr poderia ser era de seus silêncios
que eu melhor me lembrava. Ele era um mestre daquele momento tranquilo de
epifania quando as maquinações de algum vilão era descoberta e o leitor sabia
que iria se juntar à batalha.
A expressão no rosto de Mary no momento em que ela percebe
que uma jovem atriz emergente persegue seu papel, o silêncio no teatro quando
um copo de coquetel cheio se equilibra no encosto de uma poltrona no climax de
um duelo no palco entre Mary e uma atriz rival; o silêncio por toda a nação
quando o público americano em massa se senta para assistir uma produção
televisiva de Hamlet (!) para ver se um dos mais reverenciados atores do país
tinha, antes de morrer, indicado um sucessor. Starr compreendia o drama e usou
toda sua arte para criá-la dia após dia em On Stage.
Como escritor, Starr estabelecia os personagens e os
conflitos entre eles rapidamente, frequentemente com uma combinação expressiva
de diálogo e ação. Diálogos podiam ser tão mortais como um duelo de pistolas.
Os motivos que impulsionavam suas histórias eram compreensíveis: amor,
vingança, inveja, covardia, medo, ódio, compaixão. Mas Starr sempre encontrava
a humanidade de seus personagens em suas histórias. Eles interpretavam seus
dramas não como símbolos mas como indivíduos compreensíveis e convincentes.
Talvez a maior dádiva
de Starr fosse sua maestria com o ritmo. Tiras de jornal diárias exigiam um
ritmo tirânico e inalterável tanto para seus criadores quanto para o leitor.
Mesmo naqueles dias quando os jornais reproduziam as tiras
em tamanho suficiente para que os leitores pudessem realmente ver as figuras,
nunca havia mais do que três ou quatro painéis por dia. E dentro desse espaço
limitado, os roteiristas e artistas tinham que resumir a aventura até então,
avançar a trama e deixar o leitor interessado o bastante para voltar ao jornal
no dia seguinte.
Ninguém fez isso melhor do que Starr.
Sempre pensei nesse ritmo diário como pequenas ondulações. O
primeiro painel começava no pico, introduzindo a história e dando ao leitor
informação suficiente para entender onde as coisas haviam parado. O segundo
painel levava a história adiante. O terceiro painel era outro pico, terminando
num mini climax que levava o episódio do dia à uma conclusão satisfatória e deixando
o leitor querendo saber o que aconteceria a seguir.
Além disso, Starr também criava uma página dominical que
estava ligada a história que estava sendo contada. Entretanto nem todos os
jornais publicavam a página dominical junto com as tiras diárias. Alguns
publicavam ambas, outros só as tiras diárias e outros só as dominicais. Essas
tiras de quadrinhos tinham que avançar a história tanto nas tiras diárias
quanto nas dominicais de tal maneira que os leitores pudessem ler qualquer uma
dessas combinações sem perder a linha narrativa.
E como se não fosse o bastante, as tiras dominicais tinham
que ser elaboradas de maneira que o jornal pudesse cortar alguns painéis
dependendo do formato em que eram impressas. Starr resolveu esses problemas tão
magnificamente que os leitores que não sabiam o que estava sendo feito
permaneciam ignorando o quão eficaz era a manipulação de Starr em relação ao
formato original. Ele fez parecer fácil; a marca de um mestre.
Com esse volume, os editores começam a tarefa de republicar
todo o On Stage/ Mary Perkins. Finalmente, uma das melhores tiras de jornal
americana está de novo disponível, não somente para aqueles que como eu amaram
essas tiras e que não eram capazes de relê-las desde a publicação original, mas
para as gerações de novos leitores que estão prestes a descobrir um verdadeiro
clássico americano. Eu não poderia estar mais encantado.
Walter
Simonson
Março de
2006
Walter Simonson entrou profissionalmente para o campo dos
quadrinhos em 1972. Sua obra inclui os bestsellers do New York Times Alien,
Manhunter, Thor, X-Factor, Quarteto Fantástico, Robocop versus O Exterminador, Orion e The Judas Coin.
Walter é um dos maiores fãs de Leonard Starr.
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Colaboração: Milton Takao
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domingo, março 02, 2014
WALLACE WOOD
(Em inglês)
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domingo, fevereiro 23, 2014
HOWARD CHAYKIN
EM INGLÊS
Colaboração: Milton Takao
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